Com a palavra os cientistas
O trabalho de cientistas, como Antonio Nobre do Instituto IMPE - Instituto de Pesquisas Espaciais -IMPE relata como o desmatamento na Amazônia afeta o clima na Região Sudeste na postagem anterior. Segundo o IPCC- Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas da ONU , IPCC a temperatura média da terra subiu 0,7 grau entre 1901 e 2005. Assim, constata-se que, não só o Sudeste do Brasil, mas todo o planeta passa por drásticas mudanças climáticas que, como consequência, provocam secas persistentes e chuvas intensas, em épocas do ano distintas e em regiões onde antes isso não ocorria.
Cabe aqui uma reflexão: a data base estabelecida pelo IPCC - 1901 coincide com o advento da Revolução Industrial nos países do Hemisfério Norte , chamados de países ricos, desenvolvidos. Portanto, embora, no caso do Brasil, as mudanças climáticas estejam ocorrendo, principalmente, devido ao desmatamento das florestas e matas , são decorrentes também do processo produtivo que foi implantado desde o advento da "Revolução Industrial" em nossa sociedade.
O modelo de civilização que conhecemos ,atualmente, resultante deste processo industrial se utiliza de todos os recursos naturais explorando-os à exaustão, além de causar poluição e degradação. Este processo produtivo foi implantado de forma a liberar enormes quantidades de CO² além de outros gases que provocam o efeito estufa e que tem causado o aquecimento da terra , dos oceanos , além de mudanças no regime pluviométrico e hídrico, enfim, um descompasso no clima global.
Embora, o impacto das mudanças climáticas seja eminente e venha ocorrendo com mais evidência nos últimos anos, de acordo com os estudos e dados do IPCC, isso não foi suficiente para a conscientização da população sobre a importância da proteção do meio ambiente, prevenindo-se de uma possível crise ambiental. Não se percebia no seio da sociedade e, da parte dos políticos, uma real preocupação com o assunto, ao ponto de procurar estimular e incentivar a mudança dos hábitos de consumo, a utilização de alternativas de matriz energética, como a solar e a eólica e introdução de práticas sustentáveis para reverter os prognósticos de crise.
Esta postura é compreensível se entendermos que, o nosso modelo de civilização construído a partir da "Revolução Industrial" é calcado no liberalismo econômico que tem no lucro o seu principal pilar de sustentação e, para que se tenha lucro é preciso que haja consumo cada vez maior , o que gera a escassez dos recursos naturais e a degradação ambiental a medida que a população cresce.
Crise da água
Crise da água
A represa da Cantareira, no município de São Paulo, chegou em Novembro de 2014 , que é um mês que apresenta uma média elevada de índices pluviométricos, a 3% por cento de sua capacidade hídrica e precisando usar a sua reserva técnica (o chamado volume morto) para garantir o abastecimento da população, segundo informações oficiais. Considerando que é um reservatório que abastece 1/3 da Região Metropolitana de São Paulo e 60% dos habitantes do município é fácil entender as proporções que o problema alcançou.
O reservatório da Cantareira foi o mais afetado, pois é alimentado por rios de outras bacias hidrográficas do Estado de de São Paulo e de Minas Gerais, mas os outros reservatórios dos seis sistemas da Região Metropolitana de São Paulo, também, foram bastante afetados, não só por causa da estiagem , mas também , como o sistema é integrado, por estarem emprestando água para o sistema Cantareira.
Crise Energética
Crise Energética
Por sua vez , o sistema de geração de energia elétrica da Região Sudeste também foi afetado e já estamos sofrendo com a falta de luz em vários lugares da Região Sudeste e do Brasil ( a luz acaba sem aviso e depois volta sem que haja nenhum motivo aparente), isto porque a nossa principal matriz energética é hídrica e os reservatórios não tem água suficiente para gerar energia.