sábado, 22 de novembro de 2014

Crise da água e a crise de energia elétrica


Com a palavra os cientistas

O trabalho de cientistas, como Antonio Nobre do Instituto IMPE - Instituto  de Pesquisas Espaciais -IMPE relata como o desmatamento na Amazônia afeta o clima na Região Sudeste na postagem anterior. Segundo o IPCC- Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas da ONU , IPCC a temperatura média da terra subiu 0,7 grau entre 1901 e 2005. Assim, constata-se  que, não só o Sudeste do Brasil, mas todo o planeta passa por drásticas mudanças climáticas que, como consequência, provocam secas persistentes e chuvas intensas, em épocas do ano distintas e em regiões onde antes isso não ocorria.

Cabe aqui uma reflexão: a data base estabelecida pelo IPCC - 1901 coincide com o advento da Revolução Industrial nos países do Hemisfério Norte , chamados de países ricos, desenvolvidos. Portanto, embora, no caso do Brasil, as mudanças climáticas estejam ocorrendo, principalmente, devido ao desmatamento das florestas e matas  , são decorrentes também do processo produtivo que foi implantado desde o advento da "Revolução Industrial"  em nossa sociedade.

 O modelo de civilização que conhecemos ,atualmente, resultante deste processo industrial se utiliza de todos os recursos naturais  explorando-os à exaustão, além de causar poluição e degradação. Este processo produtivo foi implantado de  forma a liberar enormes quantidades de CO²  além de outros gases que provocam o efeito estufa e que tem causado o aquecimento da terra , dos oceanos , além de mudanças no regime pluviométrico e hídrico, enfim, um descompasso no clima global.

Embora, o impacto das mudanças climáticas seja eminente  e venha ocorrendo com mais evidência nos últimos anos, de acordo com os estudos e dados do IPCC, isso não foi suficiente para a conscientização da população sobre a importância da proteção do meio ambiente, prevenindo-se de uma possível crise ambiental. Não se percebia no seio da sociedade e, da parte dos políticos, uma real preocupação com o assunto, ao ponto de procurar estimular e incentivar a mudança dos hábitos de consumo, a utilização de alternativas de matriz energética, como a solar e a eólica e introdução de práticas sustentáveis para reverter os prognósticos de crise.

Esta postura é compreensível se entendermos que, o nosso modelo de civilização construído a partir da "Revolução Industrial" é calcado no liberalismo econômico que tem no lucro o seu principal pilar de sustentação e, para que se tenha lucro é preciso que haja consumo cada vez maior , o que gera a escassez dos recursos naturais e a degradação ambiental a medida que a população cresce.

Crise da água
A represa da Cantareira, no município de São Paulo, chegou em Novembro de 2014 , que é um mês que apresenta uma média elevada de índices pluviométricos, a 3% por cento   de sua capacidade hídrica e precisando usar a sua reserva técnica (o chamado volume morto) para garantir o abastecimento da população, segundo informações oficiais. Considerando que é um reservatório que abastece 1/3 da Região Metropolitana de São Paulo e 60% dos habitantes do município é fácil entender as proporções que o problema alcançou.

O reservatório da Cantareira foi  o mais afetado, pois é alimentado por rios de outras bacias hidrográficas  do Estado de de São Paulo e de Minas Gerais, mas os outros reservatórios dos seis sistemas da Região Metropolitana  de São Paulo, também, foram bastante afetados, não só por causa da estiagem , mas também , como o sistema é integrado, por estarem emprestando água para o sistema  Cantareira.

Crise Energética
Por sua vez , o sistema de geração de energia elétrica da Região Sudeste também foi afetado e já estamos sofrendo com a falta de luz em vários lugares da Região Sudeste e do Brasil ( a luz acaba sem aviso e depois volta sem que haja nenhum motivo aparente), isto porque a nossa principal matriz energética é hídrica e os reservatórios não tem água suficiente para gerar energia.

quinta-feira, 13 de novembro de 2014

alteração do regime pluviométrico do sudeste como consequência do desmatamento da Amazônia

http://www1.folha.uol.com.br/ambiente/2014/10/1541080-amazonia-ja-esta-entrando-em-pane-afirma-cientista.shtml

Publico este link, fornecido pelo jornal a Folha de São Paulo, que nos remete a uma reportagem publicada neste jornal no dia 31 de Outubro deste ano de 2014 por Rafael Garcia, sobre  o alerta que faz o cientista bioquímico Antonio Nobre do Instituto de Pesquisas Espaciais - IMPE.

O alerta  se baseia em um relatório elaborado, por ele, a pedido  de ONGs ambientalistas coordenadas pela ARA- Articulação Regional da Amazônia. 

Neste relatório o cientista  ressalta que a floresta Amazônica não consegue mais exercer, com a eficiência de um passado recente ,  um dos serviços ambientais que a caracteriza, isto é , a capacidade de bombear oxigênio do oceano Atlântico para a América do Sul. Este importante serviço ambiental é responsável pela regularização dos índices pluviométricos do continente.
Segundo Antonio Nobre a falta de eficiência está diretamente relacionada com a degradação causada pelo desmatamento.

Este desmatamento crescente, segundo os estudos da entidade, é o evento responsável pelas alterações climáticas que hoje vivenciamos, com chuvas torrenciais em épocas do ano que não costuma chover e, que provocam enchentes,  assim como falta de chuva em outros locais onde ela é esperada naquela época do ano.

Conclui que, o continente e, principalmente, nosso país depende da floresta para a estabilização climática do regime pluviométrico, que é tão importante para alimentar os lençóis  freáticos que geram as nascentes que formam os rios tão importantes para o abastecimento,  além  de viabilizar as atividades econômicas, principalmente, a agricultura.
E explica  que a situação só se reverterá se o desmatamento for estancado e houverem políticas públicas que incentivem o reflorestamento não só da Amazônia como de todos os biomas  num processo de formação de grandes corredores ambientais.